PETIOLOGIA.
TEMA- A HUMANIZAÇÃO DO PET.
“Humanização” dos animais deve ser evitada.
Continua;
COLABORAÇÃO-https://www.petrede.com.br/animais/humanizacao-dos-animais-deve-ser-evitada/
Tratar animais de
estimação como se fossem seres humanos não é bom para nenhum dos dois lados. Na
maioria dos casos, essa prática deixa o animal muito mimado e o dono muito
dependente.
Certos exageros, como
passar esmalte, perfume e outros produtos químicos, também devem ser evitados a
todo custo. “Isso é a morte para os animais porque eles têm um olfato muito
apurado e sofrem muito com todos esses cheiros”, afirma o professor Stelio Pacca
Loureiro Luna, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) de Botucatu, especialista em bem-estar animal.
Segundo ele, nem tudo o
que é bom e agradável para o ser humano é também para o bicho. “O animal tem de
ser respeitado como tal”, recomenda.
Para o ambientalista e
cuidador de animais, Marco Ciampi, presidente da Associação Humanitária de
Proteção e Bem-Estar Animal (Arca Brasil), são exageros que muito pouco atendem
à natureza dos animais. “O animal precisa ter como referência outro de sua
espécie, não o ser humano. Muitos sofrem crise de personalidade. Cachorrinhos
de madame, que fica só no colo, quando chega perto de outro animal, ele
rejeita, não quer nem ficar perto”, comenta.
Ciampi explica que, por
esses motivos, a associação sempre recomenda que o animal tenha a companhia de
pelo menos mais um da sua espécie dentro da residência. “Ele precisa se sentir
um animal”, afirma.
De acordo com o professor
Stelio, a ideia de tornar o animal humanizado tem sido adotada com muita
frequência pelos donos. Como consequência, tem sido muito frequente também
alguns efeitos colaterais.
“É interessante observar
que o animal está acompanhando todos os problemas que o ser humano apresenta,
como depressão, ansiedade, neuroses. Isso está acontecendo numa taxa cada vez
mais alarmante, por conta dessa humanização do animal”, observa ele.
Segundo o professor, o
importante nessa relação é que os humanos saibam que suas atitudes trazem
consequências. “Da mesma forma que nós mimamos os filhos dando tudo a eles, o
mesmo ocorre com os animais”, adverte. Stelio diz que dependendo do grau de
intimidade, o animal pode ficar agressivo quando vê o dono ou a dona com um
namorado ou namorada nova.
De acordo com a psicóloga
Maria José Barbosa, tratar um animal como se fosse uma pessoa pode ser um
indicativo de que algo não está bem. Pode ser uma carência emocional grave, que
precisa ser tratada.
“O animal não precisa
disso (ser humanizado). É algo totalmente avesso à natureza dele”, afirma ela.
Segundo a psicóloga, o contato com um animal é saudável para o ser humano, mas
cada um no seu canto. “Não devemos misturar as coisas. A natureza humana é
diferente da natureza animal. Cada um deve viver em seu habitat natural. Isso
tem de ser respeitado”, orienta.
Para Maria José, desde que a relação esteja dentro da normalidade, o humano tem muito o que
aprender com os animais. Basta observar com atenção o comportamento deles.
“Eles respeitam a natureza, têm hora para dormir, para comer, para se recolher,
avisam os demais quando o perigo se aproxima”, enumera. Na opinião dela, todos
deveriam ter um animal em casa para aprender com eles.
Inseparáveis
Treze anos e meio de convivência diária. Assim tem sido desde que o chiuaua
Teddy, então com apenas um mês de vida, entrou pela primeira vez na casa de
Maria Cavalcanti de Araújo, 79 anos. Na verdade, o cãozinho foi um presente
para a filha Soraia, oferecido pelo então namorado dela.
Teddy veio de Caxias do Sul
e de cara conquistou o coração da mãe e da filha. Tornou-se um novo membro da
família. Toda vez que viajam, levam o cãozinho junto. Maria é quem passa mais
tempo com o animal. Como a filha trabalha, cabe a ela cuidar dele o dia todo.
Mas isso não é nenhum
sacrifício. A mãe adora animais. Sempre gostou. “Desde pequena, sempre convivi
com cães. Meu pai tinha vários. Ele gostava de caçar”, conta Maria. Por causa
do apego aos bichinhos, quando eles morrem, a tristeza faz com que ela diga a
si mesma que não terá outro animal em casa.
“É muito triste. É como se
morresse uma pessoa da família”, compara. “Mas, não tem jeito. A gente sempre
pega outro”, comenta. Maria sabe que Teddy não tem muito mais tempo de vida. A
idade avançada dele e os problemas de coração e de pulmão que o cão enfrenta
faz com que ela considere a possibilidade de perdê-lo em breve.
Aguardamos seu comentário.
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